Patrimônio arqueológico é resgatado em Estreito
Executando os Programas Ambientais de Prospecção, Salvamento/Resgate Arqueológico e Valorização do Patrimônio Histórico, Cultural e Paisagístico da área de abrangência da UHE Estreito, o Consórcio Estreito Energia (Ceste), por meio do Núcleo Tocantinense de Arqueologia (Nuta) da Universidade do Tocantins (Unitins), vem realizando o trabalho de resgate arqueológico nos 12 municípios envolvidos com o empreendimento, já tendo sido identificados e registrados 72 sítios arqueológicos.
Em Estreito, o sítio Testa Branca II, identificado pelo Nuta ainda na ocasião da construção da ferrovia Norte-sul, considerado a “menina dos olhos” para os arqueólogos, agora passa pelo trabalho de salvamento dos vestígios históricos. O sítio apresenta uma grande formação rochosa com escrituras rupestres, além de espaços com bom estado de conservação que serviam de abrigo para os habitantes da época.
Segundo a arqueóloga do Nuta, Cristiane Loriza Dantas, apenas o trabalho de registro das gravuras encontradas tinha sido realizado anteriormente. “Nenhuma intervenção no subsolo havia sido feita. Esse é o trabalho que realizamos agora para saber até onde é possível encontrar as gravuras rupestres e buscar vestígios de materiais e objetos utilizados pelos habitantes da época”, disse a arqueóloga revelando que nos primeiros 40 cm de escavação já foi possível encontrar material cerâmico.
Outros aspectos das gravuras encontradas e dos objetos coletados serão alvo de pesquisas do Nuta para detalhamento de questões como a datação dos mesmos. O resultado de toda essa pesquisa estará, posteriormente, registrado em publicação científica que será distribuída para os municípios da área de abrangência direta da UHE Estreito.
“Esse legado histórico estará a salvo e disponível como fonte de pesquisa para estudantes e profissionais. Será possível observar aspectos interessantes e peculiares a cada região em que a UHE Estreito tem influência direta”, comenta o Gerente de Meio Ambiente do Ceste, Sérgio Larizzatti.
Como forma de manter a riqueza das informações coletadas latentes à população, principalmente os mais novos, pesquisadores percorrerão escolas públicas dos municípios, realizando o trabalho de educação patrimonial, para disseminar os resultados obtidos por meio de palestras e seminários.
Esse trabalho de educação patrimonial já está sendo desenvolvido em alguns municípios, onde os resultados das pesquisas já estão prontos, como em Babaçulândia, Itapiratins, Goiatins e Tupiratins, no Tocantins. Em Estreito e Carolina, no Maranhão, Aguiarnópolis, Barra do Ouro, Darcinópolis, Filadélfia, Palmeiras do Tocantins e Palmeirante, no Tocantins, o mesmo trabalho será realizado até o fim do ano.